quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O que ninguém percebe...

“O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe. Não entendo o terrorismo, falávamos de amizade”

E no meio daquele mar de gente, naquele lugar onde ela podia pensar em qualquer coisa, menos nele, ela podia ter dentro de si qualquer sentimento, menos o de ausência, só não queria sentir falta, não a dele.
Ela até tentou mais não deu, pensou, sentiu, lembrou... Lembrou muito daquele dia em que se conheceram... Era sexta-feira, fim de Julho, noite fria, sem grandes expectativas, ia só acompanhar a amiga, conhecer um lugar novo, o tal do bar que ficava dentro de uma casa, era isso, tinha tudo para ser uma noite comum, como qualquer outra.
Por alguma ironia ou pode ter sido mesmo puro acaso, não sei se isso ainda importa, mas eles se conheceram, se olharam, não se gostaram, aquela coisa comum, de não ir muito com a cara de alguém, acontece sempre, mas se conheceram, em meio a tantas verdades e mentiras, em meio a tantos sorrisos e bobagens, encontros e desencontros, luzes apagadas, blues tocando, cervejas, muitas cervejas, eles se conheceram.
Foi depois de um gole a mais, aquele que poderia por bem ter sido dispensado, aconteceu, tão rápido, tão sem porque, tão impensado, tão surpreendente e tão bom.
Por que ela estava pensando nisso? Aliás, ela vinha pensando nisso com certa freqüência nos últimos dias, afinal, como não pensar no dia em que sua vida virou de cabeça para baixo, depois daquilo tanta coisa aconteceu, tanto sentimento novo nasceu, entrou tanta gente nova em seu coração.
No meio de tudo isso, sem duvida ele era a coisa mais especial que lhe tinha acontecido e só por isso ela pensava tanto, claro, ele estava tão presente, tornou-se peça fundamental dos seus dias. Com ele, ela voltou a dividir sentimentos, dúvidas, incertezas, segredos, bobagens, sorriso e nos últimos dias até algumas lagrima, essas pela primeira vez provocadas por ele mesmo.
Ele passou a ser o seu sorriso mais bonito, o abraço mais apertado, o beijo mais bem dado, o carinho na hora certa. Ele estava sempre ali, tão presente, passou a ser sua fraqueza, a melhor fraqueza que ela poderia ter. Ele estava ali e era só o que importava, ela queria que fosse para sempre assim, com ele ali, lembrando todos os dias como é bom ter um amigo para chamar de seu.

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