Tinha algo bom dentro dela, estava sinceramente feliz. Sentia-se uma garota de sorte. Acabara de completar sua 22º primavera e os dias que se passaram emanavam um cheiro bom, de flor, de campo.
Um ciclo se fechando, um caminho inteiro pela frente.
Tudo estava bem, ela tinha por perto pessoas que a queriam tão bem, nunca tinha se sentido tão amada, nunca tinha amado tanto, um amor delicado, dedicado a amizades sinceras.
Não se sentia no direito de fazer nenhum tipo de reclamação, mas... Aquele maldito buraco, aquela falta, aquela vontade constante de estar em outro lugar não a deixava em paz.
Ela estava ali, entre amigos, com sua família, sorrisos e cervejas e uma música fez com que seus olhos se enchessem de lagrimas. Por que ele não estava ali? Até quando ela conseguiria suportar? Estava valendo à pena? Por mais quanto tempo ela conseguiria se prender aquilo? Estava escorregando...
Mas ela não tinha saída, desistir a faria infeliz. Ela não é do tipo que desiste, do tipo que abre mão de algo só porque é mais difícil do que deveria, nunca foi assim. Ela gosta do gosto do sal.
Não, desistir agora definitivamente não era uma opção. Afinal, um sonho a mais não faz mal.
Queria correr, correr em direção daquilo e aquilo não era qualquer coisa, não era só uma aventura, era o que ela acreditava que a podia fazer feliz, tinha medo porque sabia que era corajosa demais.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
Parada cardíaca
Sentada no sofá meu corpo dava sinais de que não ia bem, sentia uma dor forte, intensa, algumas vezes faltava o ar, difícil respirar.
Sentia como se a cada segundo recebesse um novo soco no estomago, parecia que o sangue jorrava pela minha boca, aquele gosto de ferrugem, sangue.
O coração batia forte, descompassado, em um ritmo acelerado, sem parar, quase explodia.
Doía, mas doía tanto. Era falta, não agüentava mais sentir a sua falta. Cada vez que olhava para o lado e não te via ali, doía. Cada vez que chegava em casa depois de um longo dia de trabalho e não te tinha ali para me ouvir falar. Doía não poder compartilhar os meus sonhos, planos.
Doía tanto quando alguém duvidava de nos dois, quando questionavam a veracidade de nossos sentimentos, quando me faziam enxergar a realidade, quando abriam os meus olhos para o monte de falhas que existiam na nossa historia.
Filmes sem final feliz nunca me agradaram, mas sem você por perto doía mais, não podia acreditar que não teríamos um final feliz, eu achava que toda historia de amor tinha que terminar bem, eu precisava do “felizes para sempre”.
Por um tempo eu cheguei acreditar que o que doía era a distancia, mas não, nem era isso, o que fazia doer tanto era a falta de disposição, era não sentir a sua alma presente.
Doía não saber quantos cigarros você fumava por dia, o que comia, o que pensava, o que sentia. Doía tanto não saber qual era o seu cheiro, o seu gosto, não conhecer a temperatura da sua pele, não saber como era o toque, como andava, como respirava, com quem falava, para quem sorria.
A dor era forte, sabia que não duraria muito. Um dia, o meu coração parou, parada cardíaca. Foi tão rápido, não deu tempo de tentar.
Sentia como se a cada segundo recebesse um novo soco no estomago, parecia que o sangue jorrava pela minha boca, aquele gosto de ferrugem, sangue.
O coração batia forte, descompassado, em um ritmo acelerado, sem parar, quase explodia.
Doía, mas doía tanto. Era falta, não agüentava mais sentir a sua falta. Cada vez que olhava para o lado e não te via ali, doía. Cada vez que chegava em casa depois de um longo dia de trabalho e não te tinha ali para me ouvir falar. Doía não poder compartilhar os meus sonhos, planos.
Doía tanto quando alguém duvidava de nos dois, quando questionavam a veracidade de nossos sentimentos, quando me faziam enxergar a realidade, quando abriam os meus olhos para o monte de falhas que existiam na nossa historia.
Filmes sem final feliz nunca me agradaram, mas sem você por perto doía mais, não podia acreditar que não teríamos um final feliz, eu achava que toda historia de amor tinha que terminar bem, eu precisava do “felizes para sempre”.
Por um tempo eu cheguei acreditar que o que doía era a distancia, mas não, nem era isso, o que fazia doer tanto era a falta de disposição, era não sentir a sua alma presente.
Doía não saber quantos cigarros você fumava por dia, o que comia, o que pensava, o que sentia. Doía tanto não saber qual era o seu cheiro, o seu gosto, não conhecer a temperatura da sua pele, não saber como era o toque, como andava, como respirava, com quem falava, para quem sorria.
A dor era forte, sabia que não duraria muito. Um dia, o meu coração parou, parada cardíaca. Foi tão rápido, não deu tempo de tentar.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
O que ninguém percebe...
“O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe. Não entendo o terrorismo, falávamos de amizade”
E no meio daquele mar de gente, naquele lugar onde ela podia pensar em qualquer coisa, menos nele, ela podia ter dentro de si qualquer sentimento, menos o de ausência, só não queria sentir falta, não a dele.
Ela até tentou mais não deu, pensou, sentiu, lembrou... Lembrou muito daquele dia em que se conheceram... Era sexta-feira, fim de Julho, noite fria, sem grandes expectativas, ia só acompanhar a amiga, conhecer um lugar novo, o tal do bar que ficava dentro de uma casa, era isso, tinha tudo para ser uma noite comum, como qualquer outra.
Por alguma ironia ou pode ter sido mesmo puro acaso, não sei se isso ainda importa, mas eles se conheceram, se olharam, não se gostaram, aquela coisa comum, de não ir muito com a cara de alguém, acontece sempre, mas se conheceram, em meio a tantas verdades e mentiras, em meio a tantos sorrisos e bobagens, encontros e desencontros, luzes apagadas, blues tocando, cervejas, muitas cervejas, eles se conheceram.
Foi depois de um gole a mais, aquele que poderia por bem ter sido dispensado, aconteceu, tão rápido, tão sem porque, tão impensado, tão surpreendente e tão bom.
Por que ela estava pensando nisso? Aliás, ela vinha pensando nisso com certa freqüência nos últimos dias, afinal, como não pensar no dia em que sua vida virou de cabeça para baixo, depois daquilo tanta coisa aconteceu, tanto sentimento novo nasceu, entrou tanta gente nova em seu coração.
No meio de tudo isso, sem duvida ele era a coisa mais especial que lhe tinha acontecido e só por isso ela pensava tanto, claro, ele estava tão presente, tornou-se peça fundamental dos seus dias. Com ele, ela voltou a dividir sentimentos, dúvidas, incertezas, segredos, bobagens, sorriso e nos últimos dias até algumas lagrima, essas pela primeira vez provocadas por ele mesmo.
Ele passou a ser o seu sorriso mais bonito, o abraço mais apertado, o beijo mais bem dado, o carinho na hora certa. Ele estava sempre ali, tão presente, passou a ser sua fraqueza, a melhor fraqueza que ela poderia ter. Ele estava ali e era só o que importava, ela queria que fosse para sempre assim, com ele ali, lembrando todos os dias como é bom ter um amigo para chamar de seu.
E no meio daquele mar de gente, naquele lugar onde ela podia pensar em qualquer coisa, menos nele, ela podia ter dentro de si qualquer sentimento, menos o de ausência, só não queria sentir falta, não a dele.
Ela até tentou mais não deu, pensou, sentiu, lembrou... Lembrou muito daquele dia em que se conheceram... Era sexta-feira, fim de Julho, noite fria, sem grandes expectativas, ia só acompanhar a amiga, conhecer um lugar novo, o tal do bar que ficava dentro de uma casa, era isso, tinha tudo para ser uma noite comum, como qualquer outra.
Por alguma ironia ou pode ter sido mesmo puro acaso, não sei se isso ainda importa, mas eles se conheceram, se olharam, não se gostaram, aquela coisa comum, de não ir muito com a cara de alguém, acontece sempre, mas se conheceram, em meio a tantas verdades e mentiras, em meio a tantos sorrisos e bobagens, encontros e desencontros, luzes apagadas, blues tocando, cervejas, muitas cervejas, eles se conheceram.
Foi depois de um gole a mais, aquele que poderia por bem ter sido dispensado, aconteceu, tão rápido, tão sem porque, tão impensado, tão surpreendente e tão bom.
Por que ela estava pensando nisso? Aliás, ela vinha pensando nisso com certa freqüência nos últimos dias, afinal, como não pensar no dia em que sua vida virou de cabeça para baixo, depois daquilo tanta coisa aconteceu, tanto sentimento novo nasceu, entrou tanta gente nova em seu coração.
No meio de tudo isso, sem duvida ele era a coisa mais especial que lhe tinha acontecido e só por isso ela pensava tanto, claro, ele estava tão presente, tornou-se peça fundamental dos seus dias. Com ele, ela voltou a dividir sentimentos, dúvidas, incertezas, segredos, bobagens, sorriso e nos últimos dias até algumas lagrima, essas pela primeira vez provocadas por ele mesmo.
Ele passou a ser o seu sorriso mais bonito, o abraço mais apertado, o beijo mais bem dado, o carinho na hora certa. Ele estava sempre ali, tão presente, passou a ser sua fraqueza, a melhor fraqueza que ela poderia ter. Ele estava ali e era só o que importava, ela queria que fosse para sempre assim, com ele ali, lembrando todos os dias como é bom ter um amigo para chamar de seu.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Ir...
Aquele que conheço a tanto tempo, que já dividi tantos planos. Aquele com quem eu dividi os meus sonhos, construí os meus castelos. Estava indo embora.
Eu podia vê-lo já distante, embaçado, desbotado como uma fotografia antiga. Tão Linda!
Não era triste. Era bonito. Era bonito vê-lo ir em direção ao meu passado.
Já se foi... Nem me lembro mais, no máximo tenho pequenas lembranças do que fomos, lembro vagamente daquele caminho que me trouxe a onde estou agora.
Não nos perdemos, eu sabia que ele viraria a próxima esquina, preferi vê-lo ir, sabia que não estávamos mais no mesmo ritmo, enquanto um caminhava o outro corria. Não, não tínhamos que ir para lugares diferentes, ainda não temos, só não conseguimos mais acompanhar os passos um do outro. Ainda vamos nos encontrar em algum cruzamento... E lembraremos, saudosos, daquele tempo que passou, vamos reviver os melhores momentos, compartilharemos o presente e saberemos que nunca mais estaremos juntos naquele lugar tão desconhecido, chamado futuro.
Aquele que eu tanto amei. No passado. Sofremos. Amamos. Choramos e sorrimos no passado. Isso de nada serve para o presente.
Vê-lo ir não era triste. Não causava dor.
Eu podia vê-lo já distante, embaçado, desbotado como uma fotografia antiga. Tão Linda!
Não era triste. Era bonito. Era bonito vê-lo ir em direção ao meu passado.
Já se foi... Nem me lembro mais, no máximo tenho pequenas lembranças do que fomos, lembro vagamente daquele caminho que me trouxe a onde estou agora.
Não nos perdemos, eu sabia que ele viraria a próxima esquina, preferi vê-lo ir, sabia que não estávamos mais no mesmo ritmo, enquanto um caminhava o outro corria. Não, não tínhamos que ir para lugares diferentes, ainda não temos, só não conseguimos mais acompanhar os passos um do outro. Ainda vamos nos encontrar em algum cruzamento... E lembraremos, saudosos, daquele tempo que passou, vamos reviver os melhores momentos, compartilharemos o presente e saberemos que nunca mais estaremos juntos naquele lugar tão desconhecido, chamado futuro.
Aquele que eu tanto amei. No passado. Sofremos. Amamos. Choramos e sorrimos no passado. Isso de nada serve para o presente.
Vê-lo ir não era triste. Não causava dor.
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